Desemprego cai mais do que o esperado no trimestre encerrado em agosto,
- 28 de Outubro de 2021
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Desemprego cai mais do que o esperado no trimestre encerrado em agosto, reforçando mensagem de recuperação do mercado de trabalho brasileiro
Reforçando a mensagem de recuperação do mercado de trabalho brasileiro, a taxa de desemprego medida pela PNAD Contínua foi de 13,2% no trimestre móvel encerrado em agosto, surpreendendo tanto as nossas expectativas (de 13,5%) quanto o consenso de mercado (de 13,4%).
Publicado em: 28/10/2021 às 11:00hs
Desemprego cai mais do que o esperado no trimestre encerrado em agosto, reforçando mensagem de recuperação do mercado de trabalho brasileiro
Na série livre de efeitos sazonais, a taxa passou de 14,2% no trimestre encerrado em julho para 13,8% no trimestre encerrado em agosto, com a melhora sustentada principalmente pela alta de 1,1% da população ocupada no período (com destaque para o aumento da ocupação no setor de serviços, especialmente no segmento de alojamento e alimentação – bares, hotéis e restaurantes).
Com a redução das parcelas do auxílio emergencial e em meio ao avanço da vacinação no país, a força de trabalho (que mensura a quantidade de pessoas dispostas a procurar por emprego) continuou acelerando, apresentando alta de 0,6% m/m no período. Ainda esperamos uma volta significativa dos indivíduos para a força de trabalho nas próximas divulgações da PNAD, mas os novos programas sociais anunciados pelo governo nos fazem acreditar que essa volta pode ser mais amena do que seria em um cenário de interrupção do pagamento dos benefícios. Em suma, esse é mais um fator que contribui para a expectativa de redução da taxa de desemprego adiante (ainda que, como temos observado, em passos graduais).
A quantidade de subocupados (indivíduos que trabalham menos do que gostariam) desacelerou 0,7% m/m no trimestre encerrado em agosto, embora a subocupação como um todo continue em níveis historicamente elevados. Os desalentados (que “desistiram” de procurar por novas ocupações”) permaneceram inalterados no período.
A pesquisa mostrou uma alta tanto dos empregos formais (movimento já sinalizado pelo Caged nos últimos meses) como dos informais, que se recuperam à medida em que o comércio é reaberto, a vacinação avança e a pandemia dá sinais de melhora.
Refletindo a volta dos empregos em segmentos que tradicionalmente pagam menos (como no setor de serviços) e a inflação elevada, a massa de renda real caiu 0,3% m/m.
O resultado positivo reforça o entendimento de que o mercado de trabalho deve continuar se recuperando gradativamente ao longo dos próximos meses, impulsionado pelo aumento da confiança dos agentes diante da melhora da pandemia e da volta dos informais. Para o próximo ano, no entanto, a expectativa de atividade econômica mais fraca (esperamos PIB de 1,0%, vs. 1,3% que tínhamos como projeção anteriormente) ainda reforça a sinalização de gradualismo na recuperação do mercado de trabalho (que tradicionalmente se recupera de forma mais defasada aos ciclos econômicos). De toda a forma, a surpresa positiva com o resultado divulgado hoje traz leve viés de alta para as nossas projeções de desemprego médio de 14% em 2021.
Vale lembrar que as mudanças metodológicas na PNAD recentemente divulgadas pelo IBGE podem alterar marginalmente os números nesse final de ano.
Fonte: Banco Original