Governo de Minas quer fusão de Emater e Epamig
- 15 de Fevereiro de 2021
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Governo de Minas quer fusão de Emater e Epamig
Uma audiência pública vai discutir a proposta
Publicado em: 12/02/2021 às 18:20hs
Governo de Minas quer fusão de Emater e Epamig
Desde o ano passado o governo de Minas Gerais discute uma possível fusão entre a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) e a Empresa de Pesquisa Agropecuária (Epamig). A proposta teria por objetivo a economia de recursos públicos e, segundo o governo “ um modelo de fortalecimento a partir da integração das empresas para tornar o sistema agropecuário de Minas Gerais mais eficiente nas ações de assistência técnica, extensão rural e desenvolvimento de pesquisas, soluções tecnológicas e inovação”.
O caso é polêmico e já levantou diversas opiniões contrárias de autoridades do setor e um temor de privatização dos dois órgãos. A pedido do deputado Roberto Cupolillo (Betão – PT) a assembleia mineira irá realizar audiência pública para discutir a proposta. “Uma possível fusão poderá, além de reduzir o foco na pesquisa, inviabilizar vários braços de atuação no estado”, disse o parlamentar.
A Emater e a Epamig são empresas públicas vinculadas à secretária de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa/MG) que atuam de forma integrada no setor agropecuário mineiro. A Emater atende cerca de 400 mil agricultores, sendo que a maioria vem da agricultura familiar. Já a Epamig criada em 1974, realiza pesquisa para melhorias da agricultura. Ambas enfrentam falta de trabalhadores, com PDV’s e falta de investimentos. O governo mineiro já tentou extinguir a Emater em 1998 e voltou atrás pela pressão social.
O Sindicato dos Trabalhadores da Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Sinter-MG) alerta que, caso concretizada, a fusão pode causar perda de direitos dos trabalhadores, sucateamento das empresas e prejuízo no atendimento aos agricultores. “Estamos lutando para mostrar para a população quais são os riscos. Porque não vai ser só a fusão, vai ser o fim da Emater e o fim da Epamig como a gente conhece. E isso pode acarretar na diminuição de investimento no campo, na falta de atendimento para o agricultor, e no alimento mais caro na nossa mesa”, ressalta Janya Costa, diretora do Sinter-MG e trabalhadora da Emater.
Para a presidente da Emater-MG, Luisa Barreto, a proposta “é idealizada tendo como base a compreensão de que os serviços prestados aos produtores rurais podem ser melhorados com essa maior integração, que significa basicamente levar as pesquisas de ponta que hoje são desenvolvidas pela Epamig de forma mais rápida e direta ao campo”.
Fonte: Agrolink