Análise feita por: Finpec
O mês de junho começou com um cenário favorável para o pecuarista brasileiro. Diferentemente do que se especulava no início do ano, o mercado do boi gordo dá sinais de firmeza, sustentado principalmente pela posição mais defensiva dos produtores e pela necessidade crescente da indústria em garantir volume de abate.
Com escalas de abate relativamente curtas em muitas praças, os frigoríficos têm encontrado dificuldades crescentes para alongar suas programações, o que os força a ofertar preços mais atrativos para garantir a compra dos lotes. Esse movimento vem sustentando patamares firmes de preços, mesmo diante de um consumo interno ainda ajustado e de um mercado externo operando em ritmo moderado.
Por parte da oferta, muitos produtores, amparados por uma estratégia mais cautelosa de comercialização e manejo, vêm dosando o volume de animais terminados disponibilizados ao mercado. Além disso, o primeiro giro do confinamento ainda não entrou de forma plena, o que limita a oferta de boi pronto neste início de mês. A perspectiva de maior volume confinado permanece concentrada para a virada de junho para julho, o que, até lá, mantém a indústria em posição mais compradora.
No cenário externo, a tendência estrutural segue favorável ao Brasil no médio e longo prazo, sobretudo em função da demanda asiática. Este fator ajuda a dar sustentação aos preços futuros e reforça a confiança dos pecuaristas na manutenção de margens positivas na atividade.
A pressão, portanto, recai majoritariamente sobre a indústria frigorífica, que encontra um mercado menos ofertado e é obrigada a pagar mais para garantir sua necessidade operacional. Essa disputa, neste momento, dá maior protagonismo ao produtor rural, que detém o ativo escasso — o boi gordo pronto para abate — e consegue negociar com maior segurança.
É importante manter os olhos nos desdobramentos deste início de mês e manter atenção constante ao mercado, aproveitando as janelas favoráveis de negociação, mas mantendo disciplina na gestão de custos e estratégia comercial, em um ano que segue com importantes oportunidades à produção pecuária nacional.
📌 Fonte: Análise original da Finpec